Saturday, December 3, 2011

Excelsior

Entreguei o meu cartão de crédito para pagar o almoço, e pedi que verificassem o preço do vinho. A menina abriu um grande sorriso sob uns olhos de compaixão: “É um amarone riserva, sabe...”  Eu sabia: “Sim, mas bebi só um cálice, não a garrafa toda”, protestei. Ela, com o mesmo sorriso, e agora um olhar divertido: “Sabe, os vinhos são a minha especialidade, por isso sei bem... nós vamos buscar o vinho à adega, servimos as doses que dá para servir, e dividimos o preço da garrafa pelo número de copos...” Pronto. Caso encerrado com esta explicação científica. “Afortunada!”, disse-lhe. E os olhos dela também sorriram.
Não me importo de fazer o sacrifício de beber um cálice de vinho por doze euros, de vez em quando. É o custo da espionagem. Há vinte anos que me divirto a desenhar destinos comerciais e de lazer com sucesso. Estive envolvido no conceito e no projeto de alguns dos sítios que muitos de vós conhecerão, sob nomes mais ou menos sugestivos que acabam em “ping”: norteshopping, loureshopping, algarveshopping, madeirashopping, etc.; outros com nomes de pessoas ou de coisas estranhas: vasco da gama, viacatarina, rio sul; e outros de nomes mais estranhos em paragens mais distantes que poucos de vós conhecerão: parque dom pedro, alexa, mediterranean cosmos, etc.
Todos são destinos de sucesso, bons conceitos de negócio, e uma referência internacional na industria  dos centros comerciais, com vários prémios ganhos.
É importante ver o que se faz pelo mundo fora, para conseguir manter os queridos consumidores interessados -- daí a espionagem. 
Desta vez, fui ver um sítio notável, em Milão (como se já não houvesse sítios notáveis suficientes em Milão). Chama-se Excelsior. Fica pertinho da catedral, o Duomo, e das conhecidas galerias Vittorio Emanuelle, e do também conhecido department store La Rinascente. O Excelsior é novo, e um regalo para os olhos dos devoradores de marcas -- e não só. 













Aqui fica o segredo, a revelar assim que puderem.

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